James Carrington
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James Carrington
James, conte-nos sobre seu início. Como começou a esculpir dolls?
Bem, antes de começar a lidar com dolls eu já tinha sido dançarino, o que dá às minhas dolls movimento. Já fui estilista, então posso vesti-las, já que sempre estive no meio da moda.
Em 1984 eu precisava de uma mudança. Eu tinha encontrado uma senhora que fazia bonecas maiores, Jill Bennett, e começamos a conversar e ela me convidou para ficar sócio dela e fazer dolls para dollhouses, e eu não entendia nada do assunto! Isso foi bem no começo. Eu então fui à feira de Birmingham pela primeira vez e descobri este universo todo! Então a Jill e eu começamos nosso negócio, que era de dolls em porcelana. Naquele tempo todas elas eram bonitinhas e se pareciam com bonecas da época vitoriana. Eu queria fazer dolls mais realistas, mas os colecionadores não estavam preparados para este tipo de coisa. Voltei para o teatro por um tempo. Lidei com a moda de novo e fiz outros trabalhos da minha "vida anterior", até que um dia eu quebrei meu tornozelo.
Eu vinha tentando achar um material com que trabalhar, algum outro que não fosse porcelana, porque eu não me sentia à vontade com ela. Lá estava eu de molho na cama, com o pé para cima, sem poder sair de lá. Um amigo veio me visitar e eu me lembrei que no meu porão bagunçado tinha um bloco de Fimo que eu tinha comprador sete anos antes, e um molde de silicone. Pedi para ele trazê-los para mim. E de repente eu descobri o que vinha procurando! É sempre assim: o "destino" já tinha tudo planejado!
Comecei a esculpir, a experimentar, e descobri que eu conseguia fazer as dolls! Fiz uma coleção usando blocos novos de Fimo. Entrei em contato com algumas pessoas que eu conhecia da minha "vida passada". Ao tentar ligar para uma senhora que, na época em que eu havia trabalhado com dolls tinha me convidado para ir mostrar meu trabalho, não consegui falar com ela. Tive então que ligar para outra pessoa, e esta sim me convidou para ir à sua loja. Eu receava que as pessoas ainda só quisessem saber das "bonecas bonitinhas". Sou um homem maduro, então eu gosto de fazer figuras humanas mais realistas, mais "passionais", para incorporar meu lado "teatral e dramático" e a dança. Levei minhas dolls para ela, ela comprou um monte de dolls minhas e sua assistente ficou brincando com elas, de um jeito muito interessante!
Acontece que a assistente dela era ninguém menos que Carol Hibert, esposa de Steve Hilbert, de Chapel Road que, acabei descobrindo, era um homem famoso que fazia pinturas de "casas de reputação duvidosa" da classe operária, inspiradas nos livros de Dickens, e ele estava exatamente procurando alguém que fizesse figuras humanas mais realistas, mais dramáticas. Fiz 5 dolls e as enviei para ele só para obter sua opinião. Ele ficou tão animado! Eles estavam indo para a feira de Birmingham e me pediram para deixar que eles as levassem. Na 2ª feira seguinte, de manhã, recebi um telefonema deles me contando que aconteceu um verdadeiro tumulto na feira, que senhoras disputaram minhas dolls a tapas. Eles disseram: "sua nova carreira acabou de começar!"
E tem sido sempre assim comigo! De repente eu me dei conta que os deuses estavam comigo e que eles estavam me guiando e simplesmente relaxei!
Você tem alguma formação em desenho ou estudou anatomia para ajudar a esculpir?
Eu estudei na Faculdade de Arte "Nottingham Art College". Antigamente a gente tinha aula de anatomia, modelos vivos, você tinha que desenhar nus, danças... Tenho uma grande consciência da estrutura e do equilíbrio na figura humana. Isso, para mim, é o mais importante. Coisas como as mãos são de importância vital porque elas dão pontuação à estória. Elas é que fazem tudo ter sentido. E mesmo figuras humanas no mais completo silêncio têm uma história para contar!
Entre todas as dolls que você fez até agora, qual é a sua favorita?
Gostaria de pensar que é a próxima doll que será a minha favorita mas… eu tinha um livro sobre dança, com fotografias de danças, e havia uma de um dançarino japonês bem velhinho, com uma malha rosa horrorosa, um kimono feio, cabelo todo arrepiado com uns leques espetados, sua maquiagem pesada estava com rachaduras e mesmo assim ele mantinha a pose mais mágica que eu tinha visto! Seu nome é Katsuo Uno, um dançarino japonês. No livro eles o descreviam como tendo uns oitenta anos, que seu trabalho era muito abstrato e que ele ensinava grupos de pessoas especializadas por todo o mundo. E foi esta alegria que tive ao ver este senhor maravilhoso que queria compartilhar seu conhecimento que me levou a fazer – na minha opinião – uma das dolls mais triunfantes! Eu a levei para uma feira e as pessoas ficavam perplexas, meio que abaladas por ele, e eu me dei conta que jamais poderia vendê-lo. Ele se tornou meu tesouro. Ele me inspira! Ele é belo, quase trágico.
E o que você prefere criar, homens ou mulheres?
Acho que se eu tiver uma história para contar, isto não importa. Alguém me perguntou, logo antes de eu vir para a feira de Chicago, se eu poderia fazer um velho bêbado para seu bar. Ela me deu uma descrição tão clara, que eu imediatamente gostei dele, pelo momento que ele representava! E o momento é que é o mais importante.
Então é a história que te inspira?
Sim! É a história. É o meu lado "dramático", meu lado "ator". Eu gosto de tentar obter essa informação. É algo que meus clientes me contam, algo que eu consigo atingir. Eles frequentemente me contam a história que a doll está tentando transmitir, é o que me leva a elas. Não é a minha história, mas a que "elas" me contam. Se elas contam uma história, sei que terei uma doll de sucesso, porque haverá envolvimento.
E num nível mais técnico, você usa muitas ferramentas para esculpir?
Não, eu tenho um grupo de ferramentas, e aprendi muito rápido que cada ferramenta pode ser bem usada só para uma ou duas coisas. E eu uso aquela ferramenta só para aquelas coisas. E eu às vezes faço experiências com outras, e descubro que elas têm uma ou duas funções. Eu não tento fazer uma única ferramenta perfeita para fazer tudo, nem quero ter 20 ferramentas. Porque, como todo criador de dolls, eu trabalho no meio da bagunça. E se eu só tiver três ferramentas, é mais fácil achar as 3 ferramentas perdidas do que tentar achar essas 3 no meio de outras 20! (risos)
Como você deve saber, temos poucos miniaturistas no Brasil, e ainda menos criadores de dolls em miniatura. Qual seria seu conselho para quem quiser tentar começar a esculpir figuras humanas em miniatura? Quais seriam as suas dicas para iniciantes com poucos recursos à disposição?
Tente estudar o máximo de fotografias que puder, e entender porque uma em especial te emociona. Isto é tão pessoal! Você pode tentar copiar o trabalho de outro escultor. Não há mal nenhum nisso durante o processo de aprendizado. Mas relaxe e permita que o escultor dentro de você venha à tona. Não acontecerá da noite para o dia.
E tenha muito cuidado na escolha da pessoa a quem irá apresentar seu trabalho. Mostre para alguém que seja parecido com você, alguém mais "de boa". Não mostre para um acadêmico, que provavelmente terá muitas críticas a fazer.
O mais importante que posso dizer é: o que os criadores de dolls cujo trabalho eu mais amo nunca sentiram aquela sensação que criaram a doll perfeita! Sempre, sempre tem espaço para melhorar e aperfeiçoar. Isto é vital! Conheço algumas pessoas que estão satisfeitas com o que fazem e com isso pararam de desenvolver suas habilidades.
Descubra outros escultores de doll cujo trabalho você admire, que sejam gentis e encorajadores, e mostre a eles o seu trabalho. Você pode ser novato no assunto, mas saiba que já tem algo a oferecer.
Tente manter as proporções corretas. Eu faço questão de trabalhar sempre em cima de um gráfico de referência. Mantenha-se fiel a ele. Porque se você esquecer o gráfico e começar uma doll nova, e a comparar com a que você acabou de fazer, logo ela estará 1 cm maior ou menor, alguns milímetros fora da escala. Quando for copiar esta doll, cada vez ficará mais e mais distorcida.
Dei uma palestra uma vez em um clube de dolls na Inglaterra e pedi que fizessem perguntas. Uma senhora francesa me perguntou algo e eu não sabia a resposta até ser levado a pensar no assunto. Ela me perguntou sobre as partes mais "saltadas" do rosto: "se eu quiser os ossos da face mais "saltados", devo criar a parte mais "funda" primeiro ou vou acrescentando massa para criar o relevo?" Depois de pensar sobre o assunto, percebi que eu vinha cometendo um erro. Eu vinha adicionando massa para fazer os ossos da face, acreditando que a parte mais "saltada" ia fazer com que o resto ficasse mais profundo. E o que eu estava fazendo de fato era criar cabeças cada vez maiores! E de repente pensei "Devo me lembrar de criar a parte mais funda primeiro, e talvez a massa já presente seja suficiente para as partes saltadas!" A quantidade é minima. É muito fácil fazer com que suas dolls se pareçam com caricaturas e fiquem fora de proporção. Tenha referências confiáveis, móveis perfeitamente dentro da escala, por exemplo. E sente suas dolls nesses móveis para ter uma percepção melhor da proporção.
Não use você mesmo como referência de medida! Quando Jill e eu exibimos um primeiro grupo de dolls, as pessoas as compraram, mas uma grande cliente chegou até mim e disse: "Eu adoro as suas dolls, é uma pena que elas tenham braços de orangotango". Jill e eu ficamos aborrecidos com o comentário, porque as dolls tinham as mesmas proporções que nós! E a senhora que as comprou disse: "mas você já notou como seus braços são compridos?" E realmente nós vivíamos reclamando de como as mangas das roupas sempre vinham curtas demais! Eu vi uma dessas dolls muitos anos depois e fiquei horrorizado por termos pensado que aquilo parecia normal!
Se quiser esculpir suas dolls baseando-se nas suas medidas, pode fazer! Algumas pessoas me criticam dizendo que as mãos das minhas são grandes demais. Bem, na verdade elas são grandes. Mas eu também tenho mãos grandes e adoro o efeito dramático que as mãos grandes causam. Faça sempre os homens com mãos grandes e fortes e pés grandes também. Nada pior do que dolls masculinas com pezinhos pequenos.
É mesmo difícil de identificar o gênero de algumas dolls. Às vezes parece que quem montou as dolls usou uma estrutura feminina e pôs roupas de homem nela.
Pense em termos de robustez! As mulheres são mais suaves, mais arredondadas. Os homens são mais angulares. Isto é que dá aparência de masculinidade.
E já que estamos no tópico de medidas, você já se sentiu tentado a esculpir em escalas menores?
Eu agora estou trabalhando na escala 1:24…
É um grande desafio, não é?
Um fabricante de dolls de porcelana na escala 1:24 já tinha me pedido para fazer isto muitos, muitos anos atrás. Eu tenho usado moldes bi-partidos para fazer as dolls 1:24, pois como a porcelana encolhe depois de pronta, dá para trabalhar numa escala ligeiramente maior.
Eu achava que não ia conseguir fazer isto, mas descobri ser fascinante esculpir essas dolls, que é uma escultura muito mais sugestiva.
Nesta escala em que trabalhamos a profundidade dos traços, os sulcos em torno do nariz, é algo mínimo. Uma cor mais escura nestes locais realmente acentuaria o fato que há uma dobra ali. Porque no rosto humano dá para ver esta linha, mas numa pequena doll, é mais difícil. Então, use a ferramenta correta, pinte no matiz correto que isto irá ressaltar o relevo da face.
Eu estava convencido que por ter mãos grandes, eu jamais conseguiria vestir algo assim tão pequeno. Recentemente fui "coagido", conduzido, a pensar que talvez fosse uma boa ideia. Passei semanas dizendo para mim mesmo: "Eu não consigo fazer isto!" Até que um dia pensei: "pelo menos tente uma vez". Uma roupa medieval é algo mais simples de fazer. E fiquei chocado ao descobrir que, na verdade, deu certo!
O único problema é que 2 dias depois decidi que tinha que tentar fazer um vestido vitoriano. Eu poderia ter escolhido a fase das saias armadas, das saias simples franzidas, mas não…
Tentei uma frente drapeada e um franzido com uma base e, de fato, horas depois, fiquei chocado! Não só ficou melhor do que eu achava que conseguiria fazer, mas eu achei delicioso fazer isto!
Esta escala acarreta uma ligeira mudança de técnicas, muito menos costuras, pois elas formam volumes, e um uso muito maior, embora cuidadoso, da cola.
E tem que se tomar um cuidado ainda maior quanto à escala no tecido?
Sim, de novo a escala. Eu sou um perito em têxteis, lido com tecidos desde a infância, alguém me lembrou hoje que eu já tenho mais de 60 anos de experiência. Mesmo assim, quando me vejo diante de algo novo, fico com medo, como qualquer novato. Sinto-me de volta ao início.
Isto, na verdade, é um encorajamento para nós novatos!
Isto! E esta é uma das coisas que eu amo quando ensino, pela qual sou apaixonado. Eu vejo pessoas que chegam, pensando que vão ser os "bobos" da turma, que todos vão rir, e são exatamente elas que terão esses pequenos triunfos, que me vão me fazer vibrar mais do que qualquer outra coisa.
Eu nunca saí de uma aula sem ter aprendido algo novo. Geralmente é com alguém que está fazendo isto pela primeira vez. Eu acabo criando hábitos e talvez nem precise mais deles, mas é o que eu faço e não consigo mudar isso. E aí eles vêm com perguntas que me fazem pensar! E aí penso "Preciso mudar este hábito".
É bom tirar fotos do seu trabalho quando está ainda aprendendo, para depois mais tarde comparar com seu trabalho mais recente e ver o progresso?
Sim. E às vezes eu olho para fotos de trabalhos anteriores e fico achando que perdi meu talento. Porque a distância daquela doll parece fazer com que ela fique ainda melhor do que como eu lembrava dela.
Eu tenho uma grande amiga que costuma falar da "doll de 10 minutos". Ela é uma doll maker muito conhecida chamada Cat Wingler. Nós uma vez comentamos que uma doll parece linda por 10 minutos, aí você começa a analisar de novo e começa a enxergar algo nela que para você parece óbvio, mas ninguém mais consegue ver. Ela diz "se a gente vendesse aquela doll enquanto achávamos que era perfeita, ela seria perfeita para sempre e nunca mais faríamos outra". O que nos move é a busca de maneiras de fazer a "doll perfeita". É uma busca sem fim!
Já aconteceu de você criar uma doll na sua imaginação e não conseguir torná-la realidade?
Sim! O tempo todo! Eu queria fazer uma dama muito aristocrática, mas ela "criou" vida própria. Ela queria ser uma prostituta, uma personagem "brega". Eu tentei lutar contra esta tendência dela. Acabei arrancando a roupa elegante e colocando uma roupa vermelha chamativa e fiquei tão emocionado com o resultado. E era tão óbvio!
Quando dou aulas eu sempre digo: "traga suas idéias, porque elas vão fazer você começar. Mas se a doll "quiser" ser algo diferente, não lute contra isto. Deixe rolar. Porque "ela" ou "ele" é mais forte que você".
Na primeira vez que dei uma aula, em uma grande escola, uma senhora queria criar uma personagem específica que seguraria um jarro de cerveja, mas não conseguia de jeito nenhum. Ela estava fazendo para dar de presente para a filha dela. Ela ficou tão frustrada e até deixou a doll cair. Alguém da turma olhou para a doll caída, que ficou num ângulo específico, e disse "ela é uma cantora de cabaré". Desta vez colocamos uma peruca ruiva nela, fizemos um microfone, achamos um tecido com estampa de onça. E ela se transformou numa doll maravilhosa!
O que fazer quando se sente diante de um "bloqueio criativo"?
Às vezes, colocar a doll em que está trabalhando, e que não tem certeza de como a fará, de frente para um espelho, ou tirar uma foto dela, ajuda a mostrar o que você realmente quer fazer dela. Mas relaxe! A linda dama que você quer fazer não virá à tona até que esteja pronta. A outra personagem pode já estar pronta para surgir agora.
Às vezes eu insisto, mas já sei que não devo. É melhor colocar de lado em um canto seguro e dizer "Não sei que história você está tentando contar". Comece a trabalhar em outra. Mantenha a primeira por perto. Guardar longe da vista é um risco, pois para trabalhar nela terá que tirar tudo para fora de novo, e isto leva tempo, aí já será tarde para trabalhar nela, tudo isso acaba desencorajando.
Eu tenho sorte, pois moro sozinho. Crio o caos por toda a parte e ninguém reclama. Se você tem que cuidar de um marido ou da família, eles tomam bastante tempo. É preciso insistir que aquele canto e aquele momento do dia é seu, para poder criar suas dolls.
Você gostaria de mandar alguma mensagem para os brasileiros?
Observe sua cultura. Estude suas raízes e aprenda a valorize-las! Aprenda a história do seu país, é algo mágico. E será mais mágico ainda para os que não conhecem esta história.
Não tenha receio de apresentar seu trabalho. Não peça desculpas pelos seus erros. Os outros não conseguem vê-los como você os vê.
Eu uma vez enviei uma doll para uma cliente e disse para ela "Não é bem o que eu queria fazer" e ela "gritou" comigo e disse: "Jamie, nós não conseguimos ver dentro da sua cabeça! Nós olhamos o seu trabalho e amamos o que você realizou. Nem imaginamos que possa existir alguma outra forma dele ser feito". E eu amo a Sally por ter dito isto para mim! Eu compartilho com os novatos e digo: tenha confiança no que você faz. Aprenda a ser jovem e criança de novo. O risco de ser adulto é que nós achamos que há um jeito "certo" e "adequado" de se fazer as coisas. Você pode estar perdendo um monte de coisas mágicas e novas com isso.
Liberte-se! Divirta-se!
E lembre-se de respirar enquanto estiver esculpindo. Temos a tendência a tensionar o corpo. E os músculos desenvolvem uma memória.
Continue sempre criando e não fique muito tempo sem trabalhar. Faça um pouco por dia. Se fizer demais, começará a duvidar de si mesmo, perderá confiança. Começará a dizer "Não consigo fazer isto direito, então nem vou começar!" Todos nós dizemos isto! Adultos aprenderam hábitos muito perigosos.
Tente, por bem ou por mal, ir a uma das grandes feiras internacionais, e ver de perto essas pessoas loucas, felizes, entusiasmadas, malucas, que amam minaturas e perceba que você acabou de fazer a melhor cirurgia plástica rejuvenescedora do mundo! Nem dá para adivinhar a idade certa destas pessoas, porque estão sempre descobrindo coisas novas, fazendo novas experiências, descobrindo uma cola nova, ou um pincel novo, e é isto que mantém as pessoas jovens!
Eu tento ensinar meus alunos a agirem como um tapeceiro turco: eles costumam cometer erros de propósito enquanto fazem um tapete. Para eles, apenas Deus cria coisas perfeitas. Se tentar criar algo perfeito, ofenderá os deuses.
E irá falhar! (risos..)
Miseravelmente!... (risos…)
E não procure a aprovação dos outros, dê a si mesmo esta aprovação! Isto é a coisa mais divertida que já fiz na vida! Não há tempo suficiente no mundo para completar tudo o que ainda quero fazer.
Eu gostaria que você pudesse vir ao Brasil algum dia para ensinar!
Algum dia… Porque eu adoro o temperamento latino! Eu tenho um cérebro britânico, mas um coração italiano. Eu amo os sons, os rostos do Brasil.
É outra coisa que estou aprendendo, porque tenho dado aulas na Holanda e na Escandinávia, e estou aprendendo de novo que o rosto dinamarquês tem bochechas mais arredondadas, que a face norueguesa tem narizes menores, que os holandeses têm um formato diferente. É tão inspirador! Estou aprendendo algo novo. A gente nunca para de aprender.
Tem uma "circularidade" no rosto brasileiro, uma plenitude, que é esta paixão... os sons são "redondos", e isto também é algo incrivelmente romântico. Vocês acreditam nos seu sonhos!
Eu amo o Brasil!