Ivani Grande - Dolhouse Brazil

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Ivani Grande

Entrevistas > Nacionais
Ivani Grande
Por que miniaturas, Ivani?
Eu faço miniatura por amor, por hobby, por 'dim-dim', e por um pouco de predestinação. Quando eu era criança fazia panelinhas de barro, eu era fissurada! Não podia pegar um miolo de pão que já ficava modelando. Eu acho sempre que a massa é a extensão da minha mão.

Qual a sua formação, o que vc fazia antes?
Tomava conta dos filhos...

Mas e a pintura?
O trabalho de pintura, óleo, aquarela é um hobby. Ele não começou antes das miniaturas.

Então como tudo começou?
É um "segredinho"... Eu sonhava com miniaturas. Durante muitos anos eu sonhava, sem nunca ter visto uma na minha frente. Eu não tinha noção do que se tratava. Não tinha uma peça em miniatura. Umas duas vezes por mês eu sonhava com miniaturas. Eu sonhava que estava num lugar cheio de coisas pequenininhas. Como se fosse uma loja, com gôndolas de supermercado, mas que estavam cheias de coisas bem pequenininhas. Era um sonho que se repetia sempre.
Um dia, em 1992, eu deixei as meninas na aula de piano, e como eu tinha 2 horas até o final das aulas delas, eu resolvi passear na galeria. A Valquíria tinha acabado de montar a loja dela. Quando eu entrei e deparei com aquela loja, eu fiquei extasiada, eu fiquei parada, nem me mexia. Me marcou tanto que eu lembro de cada momento. Eu perguntei para ela: “Quem faz todos esses trabalhos?” Ela me contou que trazia tudo do exterior, da Inglaterra e dos EUA. Aí eu contei para ela que eu achava que conseguia fazer aquelas comidinhas, bolinhos, etc. Nunca tinha feito miniatura, mas já trabalhava com biscuit fazendo tiaras, e achava mesmo que conseguia fazer. Cheguei em casa super-animada, nem acreditava que tinha visto meu sonho virar realidade! Depois disso, todos os dias eu ia na loja. E logo no dia seguinte eu levei algumas coisas que fiz e a Valquíria disse que o que eu fizesse ela comprava. Desse dia em diante comecei a trabalhar com miniaturas e não parei mais.
A partir daí conheci o Pépp, o Órson, a Regina Nacthigal... Em 93 abriram a "Casinha Pequenina" e eu fui a primeira fornecedora deles, e forneço até hoje. Apresentei a massa no programa da Ana Maria Braga, há muitos anos, quase ninguém conhecia essa massa na época.

E você se inspirou de alguma forma no que fazem no exterior?
Na época a gente não tinha a internet, nada disso. Tinha algumas revistas, que vinham de vez em quando. Eu e mais algumas pessoas começamos a comprar a coleção da Casa de Bonecas que foi lançada lá fora. Eu escrevi para eles - nada de email naquela época, era por carta mesmo, sugerindo que lançassem aqui no Brasil também, e eles lançaram a “Casa” e a “Cozinha”, da Del Prado.

Quem compra as suas miniaturas normalmente, qual é o seu público?
Os colecionadores, que acabam me descobrindo de algum jeito. Por exemplo, eu faço entregas direto no Canadá para uma pessoa que ficou sabendo que eu fazia as miniaturas. Tem o Roz nos EUA. Já levaram coisas minhas para feira na Itália. No Brasil, eu já participei de muitas exposições, ganhei prêmios. Também forneço para sites que vendem miniaturas na internet.
Quem acaba comprando é quem coleciona, quem tem ateliê, compra os ambientes. Os miniaturistas acabam comprando minhas peças individuais para compor seus próprios ambientes. Então vai desde colecionador, a quem está começando, passando por quem faz como hobby para ter uma peça em casa, para completar um ambiente, e por aí vai.

E como é a aceitação lá fora das miniaturas brasileiras?
Eles acham um pouco caro (para comprar e revender em lojas), mas eu explico que aqui a gente não tem os suprimentos e as facilidades que eles têm lá. Temos que mandar fazer tudo, praticamente do zero, como as travessas e pratinhos, panelas de cobre, etc. Então esse custo acaba sendo repassado à peça.

E as aulas?
Eu continuo dando aulas. Só que eu tenho um problema sério de espaço atualmente. Aqui só comporta duas pessoas por vez. Teve época que eu dava aulas para até 10 pessoas por vez, no ateliê da Regina, tipo um workshop. Eu quero voltar a dar mais ênfase a aulas, mas preciso de mais espaço.

Além das aulas, você pensa em transmitir seus conhecimentos de alguma outra forma, como numa revista, algo assim?
Tenho um objetivo de montar um livro, mas quero algo bem elaborado, com muita qualidade, então vai levar um tempo ainda.
Mas eu preferi não colocar meu trabalho em revistas de artesanato no geral. Acaba sendo algo simples, não valoriza tanto a miniatura.
O trabalho do miniaturista está ainda começando a ser divulgado. Aos poucos é que cada miniaturista está começando a fazer seu próprio site, e estão surgindo alguns sites de divulgação (como o seu).

E quais são seus planos?
Dar aulas, fazer o livro, montar um ateliê, divulgar bastante nosso trabalho, ter uma feira no Brasil voltada para miniatura, estimular a criação de um museu de miniatura no Brasil – já estamos maduros para isso! Além dos miniaturistas de São Paulo, tem várias feras no Brasil todo, como o Ivo no Sul, no Nordeste tem o Celino, a Mônica, tem o Zé Maria de Minas – ele faz uns quadros de cozinhas rústicas, que são maravilhosos.


Criado por: Evelyne Martin
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