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Betinha Murta

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Betinha Murta
Qual é a sua formação, Betinha?
Eu sou formada em Inglês e Português – em Letras. "Tudo" a ver com miniatura! rsrs...

E também nada a ver com o seu trabalho diário...
Nada! Minha vida toda eu sempre trabalhei como secretária. Eu comecei como recepcionista em um consultório dentário. Mas sempre gostei da área administrativa. Já não daria certo como vendedora, tenho sorte que minhas miniaturas se vendem por si mesmas, por que se dependesse de mim...

E como é que elas surgiram na sua vida?
Eu fui para os EUA pela primeira vez em 1990, e comprei uma casa de bonecas em Orlando. A escala era 1:24, que não é uma escala muito fácil para fazer móveis, para decorar. É mais difícil de achar – na escala 1:12 se acha de tudo. Então pensei: “vou comprar, mas vou fazer tudo”. Eu até montei, mas acabei desistindo de fazer a mobília, montei como se estivesse para alugar, com tintas, jornal amassado, pincel, e coloquei uma placa de "Aluga-se".
A partir daí eu comecei a buscar grupos de discussão lá fora na internet. Entrei nos grupos, o primeiro que entrei foi um da Austrália, depois um na Inglaterra, depois nos Estados Unidos. Mas não me conformava que não havia nenhum no Brasil. Procurei por "miniaturas" no Yahoo e achei o MiniBrasil, foi o primeiro grupo que comecei a participar no Brasil. Depois foi o MiniClube, depois o Minimalizando até chegar ao Nação, do Edie.

E como você conheceu o Biscuit (seu forte)?
É verdade! Já tentei trabalhar como o Fimo [cerâmica plástica], mas não me adaptei. Eu comecei assim: a minha irmã tem muita facilidade de fazer tudo que você pode imaginar em termos de arte. Eu pedia para ela fazer uma "fornada" de massa de biscuit para a gente poder moldar alguma coisa. Um dia ela me deu um pedaço e eu moldei umas coisas. Eu guardo e mostro até hoje para as pessoas para quem eu dou aula, as coisas "medonhas" que eu fiz no começo. Quem começa a trabalhar com miniaturas não leva fé, acha que jamais vai conseguir fazer uma chaleirinha. E faz, sai da aula feliz da vida e vê que consegue fazer.
No começo achei tudo o que eu fazia um horror, e desisti. O tempo passou, mas eu sempre continuei fazendo artesanato. Gosto de tudo de artes desde pequena.  Dois anos depois das primeiras tentativas eu teimei, pensando: "não é possível que essa massa vai me vencer". E tentei de novo, foi quando eu fiz a primeira chaleira. Eu tenho paixão por chaleiras, tenho uma coleção delas em tamanho normal. Aí eu fiz a "Biita". É que eu achei ela tão bonitinha que apelidei de "Biita". Quando eu vi a chaleirinha pronta, eu nem acreditei no que fiz. E eu sempre tenho uma foto de Jesus por todo lado. Eu não sigo uma religião, respeito todas, mas admiro muito Jesus, converso muito com Ele. Então eu mostrei aquela chaleirinha para Ele e falei "Esta eu ofereço para Você. E eu sei que isso aqui é o meu futuro." Isso foi 5 anos atrás. Depois disso, deslanchou, não parei mais de fazer miniaturas. As pessoas se apaixonam, se encantam.

E até a publicação das suas revistas foi meio mágica também, não foi?
Exatamente! Foi há 4 anos. Todo mundo elogiava meus trabalhos, e eu pensava: "Quem sabe um dia eu consigo uma foto numa revista de artesanato, que eu gosto tanto..." Seria uma realização para mim! Eu tinha revista da Escala, e fiquei 2 dias tentando falar com alguém, pois queria mostrar o que eu faço. Até que consegui um contato com a secretária de uma pessoa responsável (a Roseli), expliquei o que faço e que queria mostrar meu trabalho. Ficou acertado que eu iria lá levar meu trabalho para mostrar para a Roseli. Eu saí na hora do almoço no meu trabalho, coloquei tudo numas caixas e levei para mostrar. Quando eu comecei a tirar das caixas, ela nem acreditava no que via. Ela pediu para eu deixar minhas miniaturas lá para mostrar para o dono da revista. Eu hesitei, porque não queria me separar delas, mas acabei concordando. No dia seguinte ela me ligou autorizando a retirar – o que fiz rapidinho! Passou um tempo, e não recebi notícia deles, até achei que tinham desistido. Quando um belo dia cheguei em casa e minha filha me deu a notícia que ligaram da revista e eles queriam fazer uma revista inteira só comigo! Tive que sentar, pois nem acreditava. A Roseli veio aqui em casa e escolheu os cenários que iam aparecer na revista (a floricultura, uma mesa de jantar, e uma doceria). Por sorte logo teve um feriado prolongado de 4 dias. Eu passei os 4 dias no estúdio fazendo os "passo-a-passo"! Foi bem cansativo... Mas quando terminou até chorei de emoção!
Eu pedi para me avisarem quando publicassem, mas um belo dia alguém me ligou falando que tinha lido a minha revista e queria saber de curso. Eu travei! Depois respondi tudo direitinho, mas que susto! Aí corri para achar uma banca aberta – era domingo, 8h da noite – e fui procurar a revista para comprar. Pouco depois eles mandaram cópia para mim, mas foi tudo tão rápido que nem deu tempo! E com isso também ficou muito mais fácil conseguir patrocínio, até hoje uso material dos patrocinadores (da Cascorez e da Acrilex).
Daí por diante foi uma loucura, não parei mais de dar aulas, todo fim-de-semana (pois continuo trabalhando normalmente durante a semana). Mas foi uma grande realização!

Quem é o seu público, quem compra as suas peças?
É o colecionador mesmo.

E tem colecionador de miniaturas no Brasil?
Tem, tem bastante! E a gente nem sabe disso, estão escondidinhos, rsrs... Tenho cliente que faz coleção só de chaleira, e a que eu fizer, leva.
E eu sou muito criativa, não gosto de fazer 10 de uma coisa só. Eu gosto de criar. Minha cabeça fica fervilhando de idéias. Chego a acordar de noite com idéias para fazer. Minha mãe fala que sou inspirada pelos anjos... E olhe que eu mal tenho tempo, trabalho o dia inteiro. Quando eu me aposentar, vou poder me dedicar de corpo e alma.

E você teve alguma dificuldade para se adaptar à escala 1:12?
Não, desde o começo eu já trabalhava nela. É mais fácil encaixar, é o que as pessoas procuram.

E conte um pouco das suas aventuras no mundo micro-mini (1:144), como é isso?
Nossa, é mesmo! Eu tenho 1,85 m de altura. Mas quanto menor a miniatura, para mim é mais fascinante. As pessoas olham para mim e perguntam: "olha o tamanho da sua mão, como você consegue fazer essas coisas?" Eu tenho paixão por fazer miniaturas. Para mim, quanto menor, melhor! Entrei para um grupo americano sobre essa escala e tenho aprendido muito com eles.

E quais são seus planos?
Agora eu quero ir para fora. Eu quero conquistar o mercado lá fora, e sei que vou conseguir. Eu me vejo dando aulas lá fora. Eu jamais vou sair do Brasil, amo o Brasil. Mas também adoro os EUA, quero batalhar os títulos do IGMA, vou tentar de novo no ano que vem, nem que tenha que tentar 20 vezes, eu vou tentar até conseguir!
E também quero estar na MegaArtesanal no ano que vem.

Você tem planos de escrever algum livro?
Tenho planos sim, mas são planos bem futuros...

Atualização em 2024: Atualmente Betinha mora nos EUA e participa de feiras de miniatura lá.

Criado por: Evelyne Martin
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